CONSÓRCIO INTERMUNICIPAL DA APA FEDERAL DO NOROESTE DO PARANÁ

ANDAMENTO DO PROGRAMA MELHOROU, MAS ATRASOS DE ALGUMAS OBRAS SÃO MAQUIADOS PELO GOVERNO

O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) desembolsou em sua segunda etapa (prevista para o período 2011 a 2014) R$ 386 bilhões, o que corresponde a 40,4% de tudo o que está programado até 2014. Só até setembro deste ano, o PAC2 teve desembolsos no valor de R$ 181,5 bilhões. Pelos números, apresentados ontem no quinto balanço da segunda etapa do programa, esse é o maior volume alcançado pelo programa para o período desde sua criação, em 2007, e 26% superior ao mesmo período do ano passado. De acordo com o balanço, o Programa Minha Casa Minha Vida continua liderando os desembolsos do programa e atingiram até setembro R$ 54,6 milhões para subsidiar a aquisição de moradias. O número é quase 20% superior à previsão para todo o ano de 2012. Os dados mostram que o programa melhorou seu desempenho. No entanto, ainda há atrasos no andamento das ações, mas muitos deles são maquiados pelo governo. Pelas regras estabelecidas, as obras consideradas em ritmo adequado ganham um selo verde. As que merecem atenção recebem o carimbo amarelo e as preocupantes, a marca vermelha. No entanto, o governo tem ignorado os atrasos nas obras. No entendimento do Planalto, se o projeto não tem empecilhos a serem atacados para avançar, ele pode ser considerado em ritmo adequado. “Se eu colocar cada dia de atraso, tudo teria de ser vermelho”, afirmou ontem a ministra do Planejamento, Miriam Belchior. Esse procedimento garante baixo volume de obras com problemas. O balanço do PAC apresentado ontem mostra que na área de transportes, por exemplo, as ações classificadas como preocupantes passaram de 7% para 8% e as que exigem atenção, de 13% para 20%. Em energia, as preocupantes são 2%, ante 1% do balanço anterior, e as com carimbo amarelo de atenção caíram de 5% para 4%. A construção do trem-bala é um dos exemplos de projeto que não sai do papel, mas continua a ser considerado em ritmo adequado pelo governo. Apesar dos adiamentos do leilão e da previsão de publicação do edital de licitação no fim do mês, a obra segue com selo verde.Outra maquiagem feita no programa é a contabilização de concessões de aeroportos, que vão realizar obras ao longo de vários anos, como se todos os gastos já tivessem sido feitos.