CONSÓRCIO INTERMUNICIPAL DA APA FEDERAL DO NOROESTE DO PARANÁ

NDICE DE INFESTAÇÃO EM MUNICÍPIOS DA REGIÃO ESTÁ ACIMA DO TOLERÁVEL. DE ACORDO COM A 14ª REGIONAL, ESSA É A REALIDADE DE 17 CIDADES DO NOROESTE DO PARANÁ. O RESULTADO: 4.090 CASOS DE DENGUE

Uma lista divulgada pelo Ministério da Saúde (MS) mostra que cinco municípios do Noroeste do Paraná têm índices preocupantes de infestação pelo mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue: Loanda, Nova Londrina, Paraíso do Norte, Paranavaí e Querência do Norte. De acordo com os números da 14ª Regional de Saúde de Paranavaí, no entanto, o problema vai muito além. Dos 28 municípios da região, 17 estão com índice superior a 1%, que é considerado tolerável pelo MS. O último Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa) do ano realizado em cada uma dessas cidades mostrou que ainda há muito para ser feito quando o assunto é combater a dengue. “Nossa região tem clima propício para a proliferação do mosquito da dengue”, disse o chefe da Divisão de Vigilância em Saúde da 14ª Regional de Saúde, Walter Sordi Junior. A chuvarada dos últimos dias intensificou o problema. “Nas cidades que tinham índice de infestação baixo, a tendência é aumentar”, afirmou Sordi Junior. Segundo ele, a região da Associação dos Municípios do Noroeste Paranaense (Amunpar) apresenta frequência nos casos de dengue. Considerando os 28 municípios, de 1º de janeiro até o dia 26 de novembro, foram feitas 6.538 notificações de casos suspeitos da doença. Desse total, 4.090 foram considerados positivos. “É um número muito alto”, enfatizou o chefe da Divisão de Vigilância em Saúde. Dois fatores contribuem para essa realidade. O primeiro diz respeito às atitudes dos moradores que continuam descartando lixo de forma irregular nas ruas, em terrenos baldios e em locais afastados da área urbana. “A população não colabora”, disse Sordi Junior. Outra situação preocupante é a lentidão do poder público em adotar medidas de combate à dengue. Nas últimas semanas, por exemplo, cresceu o número de casos positivos da doença em Santa Isabel do Ivaí. Ao longo do ano, o município soma 638 notificações de casos suspeitos de dengue, dos quais 525 foram confirmados e 99 tiveram resultados negativos para os exames laboratoriais. 14 ainda estão sendo analisados. O QUE FAZER? - O chefe da Divisão de Vigilância em Saúde da 14ª Regional de Saúde disse que é preciso intensificar as ações de combate ao Aedes aegypti. Citou “ações de limpeza urbana, como promoção de mutirões para a remoção de depósitos que possam se tornar criadouros do mosquito”. Na opinião dele, cabe ao poder público utilizar todas as ferramentas disponíveis, desde campanhas de orientação aos moradores, peças publicitárias e distribuição de informativos até a contratação de agentes de combate a endemias. A aplicação de multas também é essencial, disse Sordi Junior. MINISTÉRIO PÚBLICO - Ele destacou que os municípios da região contam com um parceiro no combate à dengue: o Ministério Público (MP). Recentemente, prefeitos e secretários de Saúde de todo o Noroeste se reuniram em Paranavaí para debater estratégias que resultassem na redução dos casos da doença. Na ocasião, representantes do MP garantiram que responsabilizarão e punirão todos aqueles que contribuírem para a proliferação do Aedes aegypti. NO BRASIL - De acordo com número do Ministério da Saúde, 199 municípios de todo o Brasil enfrentam risco de surto de dengue, chikungunya e zika, porque apresentam índice de infestação igual ou superior a 4%. Outras 665 cidades apresentaram percentual entre 1% e 3,9%. Do total de municípios avaliados pelo MS, 928 tiveram índice considerado como satisfatório por estar abaixo de 1%.